Seminário apresenta importantes trabalhos de pesquisa acadêmica - cobertura

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O I Seminário de Pesquisa Universidade Escola -SUE- realizado pelo Instituto Anísio Teixeira – IAT, entre os dias 24 e 26 de outubro de 2011, apresentou os resultados de projetos na área da educação básica desenvolvidos por pesquisadores baianos.

Durante o seminário, o trabalho apresentado  pela Ms. Roberta Bortoloti abordou erros cometidos por docentes de cursos de licenciatura em matemática das universidades estaduais baianas. “A sensação de ter sido a primeira a apresentar o resultado do trabalho foi de muita emoção. É muito gratificante participar desse seminário que coloca professores da educação básica e pesquisadores lado a lado. Essa iniciativa tem que ser valorizada”, afirmou Roberta.


O projeto de análise dos erros, também conhecido como PAE, nasceu a partir da preocupação com os altos índices de evasão e de reprovação dos alunos da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. “Por que esses alunos têm tanta dificuldade em se formar, em dar continuidade ao curso e porque o abandona?”, questionou Roberta. Uma das conclusões apontadas pela pesquisa foi a necessidade de reformulação na grade curricular dos cursos de licenciatura.
 

Museu Pedagógico - Com o objetivo de discutir a investigação da educação, da cultura e das ciências, à luz da história e das ciências sociais, o projeto do Museu Pedagógico, desenvolvido pela UESB, agrega grupos de pesquisa e extensão interdepartamentais e interinstitucionais. “A estrutura foi montada em cinco escolas e os professores acessavam o laboratório virtual a qualquer momento e registravam os problemas do cotidiano da escola”, explicou a Drª Lívia Magalhães, coordenadora geral do Museu Pedagógico.


Segundo Lívia, esses problemas foram segmentados por área do conhecimento e organizados em um banco de dados. A pesquisadora acrescenta que participar do seminário é muito significativo para os pesquisadores por ser uma oportunidade ímpar de socializar o trabalho desenvolvido. “O professor se sente reconhecido na fala do outro”, enfatizou.


Inclusão -
Alguns dos projetos apresentados tinham como tema a inclusão. Um deles é o da Drª Elizabeth Teixeira, coordenadora do curso de Letras com Libras, da Universidade Federal da Bahia – Ufba.  “A minha área de atuação é a linguagem em condições normais e atípicas e, também, a educação de surdos.  A partir disso, houve a inserção nesse projeto  que apresentei  para a Fapesb”, falou  Elizabeth Teixeira.


O trabalho tinha o objetivo de estudar a realidade da criança surda dentro das unidades de ensino e os problemas de acesso delas ao letramento.  “A presença da criança surda na escola é muito importante já que nem sempre ela consegue entender direito o que não consegue ler e então não domina o português”, destacou. Na pesquisa ficou constatado uma mudança nas escolas para a inclusão desses pequenos. “Hoje, as escolas estão adaptando o seu currículo e também começando a formar  professores  proficientes  na libras ”, concluiu.


Insegurança na escola - Avaliar a questão da violência sexual nas escolas do sul da Bahia. Esse é o trabalho desenvolvido pelo Dr. Paulo César Fraga, que tinha o objetivo de desenvolver um panorama da violência nas unidades de ensino. “É uma coisa muito átona e interessante para os professores, alunos e funcionários, que estão diretamente envolvidos e dispostos a discutir a questão da violência, já que não estão satisfeitos com essa situação”, explicou Paulo.


O pesquisador  parabenizou a iniciativa do IAT e ressaltou a importância da aproximação entre a universidade e a escola. “Eu quero parabenizar a iniciativa do IAT, que quebra um pouco desse muro, dessa barreira entra a universidade, escola  e a sociedade ”, acrescentou.


Jogos - Com o intuito de disponibilizar o conhecimento técnico, científico e pedagógico na área das ciências, foi apresentado o trabalho "ciência lúdica: brincando e aprendendo com jogos sobre ciências", que faz parte do Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica, da Ufba. A pesquisa foi coordenada pela Drª Rejâne da Silva e  contou com a parceria de escolas da rede pública de ensino, não só para a realização de experimentos científicos, mas, também, como um espaço social com forte papel educativo.


“Para se chegar ao jogo existe toda uma pesquisa que inclui plano de trabalho, pesquisa científica, estudo do referencial teórico e, na medida em que estavam construindo, os alunos faziam um diálogo com a sociedade”, disse Rejâne.   Esse trabalho participou da Semana Nacional de Tecnologia e da Semana Primavera de Museus. “Os alunos têm a oportunidade de testar, nesses eventos, o seu jogo e a sua ideia para constatar se ela é absorvida e interessante”, ponderou. 

*A professora da foto é a Drª Lívia Magalhães, coordenadora geral do Museu Pedagógico.

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